Postado 28 de dezembro de 2018 em CuidadoresTENA
A terapia compressiva é uma abordagem utilizada na prevenção e no tratamento de doenças linfáticas e venosas. Uma destas enfermidades é a úlcera venosa, que está entre as doenças de maior prevalência no mundo.
A úlcera venosa ocorre quando as veias das pernas não conseguem retornar o sangue para o coração de forma eficiente, causando danos à pele. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, cerca de 165 internações acontecem no país diariamente com esse quadro.
Segundo estudo publicado em 2020 no Brazilian Journal of Development, cerca de 1,5% de toda a população do ocidente sofre com o problema, e entre a população idosa esse percentual sobe para 5%.
A chave para um tratamento eficaz da úlcera venosa é a terapia compressiva.
A terapia compressiva consiste no uso de dispositivos como meias, ataduras, sistema de velcro ou bandagem elástica que exercem pressão controlada sobre as veias e os vasos linfáticos das pernas e braços. Essa pressão auxilia no direcionamento do sangue de volta ao coração, prevenindo que fique parado nas pernas e melhorando o retorno venoso.
A abordagem é essencial para pacientes com úlcera venosa, para os que sofrem com dores, formigamento e inchaço nas pernas, e também para aqueles com linfedema, trombose venosa profunda e insuficiência venosa crônica (que pode evoluir para úlcera venosa, entre outras complicações). A pressão exercida pode variar conforme a necessidade do paciente e o tipo de tratamento.
A compressão pode ser graduada, ou seja, maior na região distal do membro (do tornozelo) e menor na região proximal (da panturrilha e coxa), facilitando o fluxo sanguíneo.
Os dispositivos utilizados na terapia podem ser de tecido elástico, que se adapta aos movimentos, ou inelástico, que oferece uma pressão mais constante.
Quem já ouviu falar nos benefícios do uso de meias de compressão para prevenção da Trombose Venosa Profunda em viagens longas, ou para o tratamento de varizes? Estes são alguns exemplos práticos dessa terapia.
Além de ser indicada para tratar a úlcera venosa, a terapia compressiva também é recomendada para o tratamento e prevenção de outras condições, incluindo:
Os benefícios da terapia compressiva abrangem diferentes aspectos da saúde vascular e linfática. Pode-se destacar a melhoria da circulação venosa, a redução no inchaço, a prevenção de complicações venosas, o alívio da dor e a consequente melhoria na qualidade de vida do usuário.
Além disso, a facilidade de uso dos dispositivos é relevante, já que meias e ataduras compressivas podem ser incorporadas ao dia a dia, oferecendo um tratamento não invasivo e eficaz.
A eficácia da terapia compressiva depende da indicação correta do nível de pressão, que é medido em milímetros de mercúrio (mmHg), e deve ser feita por um profissional da saúde. Os dispositivos são classificados em quatro categorias principais:
O principal objetivo da terapia compressiva é melhorar a circulação venosa, facilitando o retorno do sangue ao coração e diminuindo o acúmulo de líquidos nos tecidos. Por exemplo, as meias elásticas de compressão leve são indicadas para proporcionar alívio e conforto nas pessoas que trabalham o dia inteiro em pé ou sentadas. Também são indicadas para prevenir problemas de circulação nas viagens longas, como as de avião.
É fundamental ressaltar a necessidade de avaliação médica, particularmente antes do uso de produtos de compressão moderada, forte ou muito alta. A seleção do tipo de terapia de compressão, bem como a pressão adequada para cada situação, depende da avaliação de profissionais de saúde especializados.
Por isso, a avaliação de um médico angiologista ou cirurgião vascular, bem como o acompanhamento por profissionais especialistas, como enfermeiros ou fisioterapeutas é indispensável.
Pessoas acamadas ou com pouca mobilidade podem apresentar a IVC associada à incontinência urinária devido à falta de movimentação, que compromete a circulação sanguínea. A imobilidade pode comprometer o retorno venoso, favorecendo o acúmulo de sangue nas pernas, o surgimento de edema, varizes e até úlceras venosas.
Além disso, a permanência prolongada em posição deitada ou sentada pode levar à fraqueza muscular, incluindo a da musculatura do assoalho pélvico, o que pode resultar em dificuldades de controle urinário.
Assim, é fundamental adotar medidas preventivas, como mudanças posturais constantes no leito ou na cadeira de rodas, fisioterapia e estímulo à movimentação dentro das possibilidades do paciente, visando minimizar os impactos dessas condições.
A abordagem terapêutica deve ser multidisciplinar, incluindo medidas para melhorar a circulação venosa, fortalecer a musculatura do assoalho pélvico e promover hábitos saudáveis, garantindo maior autonomia e bem-estar.
Sim. Durante o sono, quando a bexiga está cheia, o corpo avisa à pessoa que ela precisa urinar, fazendo com que acorde para ir ao banheiro. Este sintoma é chamado de “noctúria”.
A prevalência da noctúria aumenta com a idade e, em alguns casos, pode ser acompanhada por escapes de urina que ocorrem enquanto a pessoa vai até o banheiro para urinar.
Ocorre que, normalmente, as válvulas nas veias das pernas mantêm o sangue fluindo de volta para o coração. Mas, a IVC danifica essas válvulas, dificultando o retorno do sangue e causando sintomas como inchaço nas pernas, que costuma aumentar ao longo do dia.
À noite, durante o sono, como o corpo está reto e as pernas esticadas, a pressão do sangue nas veias do tornozelo diminui, ocorrendo um alívio nos membros, o que auxilia na circulação. Assim, os rins filtram o excesso de água do sangue, liberando a urina para ser armazenada na bexiga.
Por isso, pessoas com mobilidade que acordam algumas vezes à noite para urinar devem consultar um médico para diagnóstico e, se necessário, tratamento adequado. Os indivíduos acamados devem consultar um especialista para verificar se seus casos têm indicação clínica para uso de meia de baixa compressão, como por exemplo, as meias antiembólicas
* Segundo o Sistema de classificação da União Mundial de Feridas. Fonte: Journal of Wound Care vol. 33, p. 17. Out. 2024