De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano são diagnosticados no Brasil 100 mil novos casos de Alzheimer. Hoje, cerca de 1,2 milhão de pessoas têm a doença e estima-se que, devido ao rápido envelhecimento da população brasileira, daqui 30 anos esse número alcance 6 milhões no país.
Ainda que possa se manifestar precocemente, o Alzheimer em geral acomete pessoas acima dos 65 anos e é o tipo mais comum de demência neurodegenerativa identificado atualmente no mundo, sendo responsável por 80% dos quadros. Ele é classificado em três fases: leve, moderada e severa.
Com o envelhecimento, o cérebro passa por mudanças que podem tornar mais difícil recordar certas informações rapidamente. No entanto, esses esquecimentos “comuns” geralmente não afetam a capacidade do indivíduo viver de maneira independente e funcional.
Exemplos de perda de memória comum incluem esquecer onde foi deixado um objeto, como as chaves, ou ter dificuldades em lembrar o nome de uma pessoa que não se vê há muito tempo.
“A maioria das queixas de esquecimento não se devem a alguma doença, mas a noites mal dormidas e estresse, que levam a lapsos de memória, perda de atenção e de concentração”, explica o geriatra e doutor em Gerontologia Paulo Renato Canineu.
Isso significa que, assim como em qualquer outra faixa etária, o idoso está sujeito a esses lapsos que, embora desagradáveis, não trazem consequências graves, já que não atrapalham as atividades da vida diária.
Por outro lado, a doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa grave, que vai além da perda de memória. Trata-se de uma forma de demência que afeta as funções cognitivas de maneira progressiva e irreversível.
A doença começa a afetar as células do cérebro, principalmente as responsáveis pela memória, raciocínio e comportamento. Diferentemente da perda de memória comum, o Alzheimer é uma condição debilitante e que ao longo do tempo interfere drasticamente na capacidade de a pessoa realizar atividades cotidianas e cuidar de si mesma.
A principal diferença entre a perda de memória comum e o Alzheimer está na natureza e na progressão dos sintomas. Enquanto o esquecimento comum tende a ser esporádico e de poucas consequências para a vida diária, o Alzheimer se manifesta por meio de falhas de memória frequentes, que podem causar impactos graves à pessoa e seu entorno e que pioram progressivamente.
Essas falhas não apenas dificultam a recordação de informações recentes, mas também comprometem a capacidade de realizar tarefas simples, como cozinhar, dirigir, administrar o dinheiro, tomar banho ou ir ao banheiro.
“Para sermos continentes, ou para conseguirmos segurar a urina, o sistema urinário precisa estar funcionando bem e se comunicando com o cérebro de maneira que o comando ‘esvaziar a bexiga’ ou ‘conter a urina’ seja possível”, esclarece Cláudia Vallone, enfermeira epidemiologista especialista no cuidado com idosos.
Essa comunicação ocorre através da medula: quando há um determinado volume de urina na bexiga, a medula leva a informação ao cérebro, que interpreta quando é o momento de urinar ou não. “A demência deteriora essa comunicação, por isso muitas vezes a pessoa com Alzheimer perde a capacidade de discernir o momento ou o local adequado para urinar”, completa.
Assim, o que era uma tarefa rotineira torna-se cada vez mais complexa. Ir ao banheiro demanda que nossa cognição consiga distinguir cinco etapas – ou ações – entre o instante da vontade e o momento de urinar:
1) Reconhecer a necessidade de urinar;
2) Identificar o local adequado;
3) Chegar até esse local a tempo;
4) Se conter até chegar ao local;
5) Urinar apenas no local adequado.
Conforme a fase do Alzheimer em que esteja (leve, moderada ou severa), a pessoa não consegue mais realizar todas essas cinco etapas.
Cláudia percebe na observação clínica que a maior parte dos pacientes começa a conviver com perdas de urina ao entrar na fase moderada do Alzheimer. “Não são necessariamente grandes volumes, mas são situações em que o uso de dispositivos de segurança urinários são um recurso importante para que a pessoa tenha preservada sua qualidade de vida, sua autoestima e não fique estigmatizada”, pontua, referindo-se aos produtos indicados para adultos e idosos com incontinência urinária, como fraldas, roupas íntimas descartáveis e absorventes para incontinência urinária.
“As pessoas precisam ter acesso à informação para saber que além das fraldas existem também outras opções”, destaca Cláudia. De fato, as fraldas descartáveis são indicadas para pessoas acamadas, enquanto para aquelas com mobilidade, há alternativas que permitem total liberdade para o convívio social no dia a dia com segurança e conforto, sem preocupações com perda de urina.
São produtos como as roupas íntimas descartáveis, que vestem como calcinhas ou cuecas, e também os absorventes, muito diferentes tecnicamente daqueles usados para menstruação, porque são feitos com tecnologia própria para absorção da urina (que é muito superior à absorção dos absorventes menstruais). Além disso, neutralizam o odor da urina e estão disponíveis em diversos tamanhos, para pessoas com incontinência leve, moderada ou severa. A marca TENA oferece também a linha TENA Men, com produtos desenvolvidos especialmente para a anatomia masculina.
De acordo com a especialista, na medida do possível, a escolha do dispositivo mais adequado deve ser compartilhada com o paciente. “É importante dar alguma autonomia à pessoa”, defende Cláudia. “Sem infantilizar, sem superproteger, dando recursos para que ela continue participando da própria vida.”
De acordo com o Ministério da Saúde, alguns dos principais fatores de risco para a doença são:
Ainda não há uma forma específica de prevenção do Alzheimer, mas os médicos acreditam que manter a cabeça ativa, ter uma alimentação regrada, praticar atividades físicas regularmente, não fumar e evitar bebidas alcoólicas, realizar atividades em grupo e estimular o cérebro sejam hábitos capazes de retardar ou até mesmo inibir o desenvolvimento da doença.
Os sintomas do Alzheimer são diferentes conforme o estágio da doença: leve, moderado ou severo.
No estágio leve, alguns dos sintomas são: confusão, dificuldades com a memória, episódios de esquecimento, mudanças de humor e problemas na fala. Isso ocorre porque geralmente a primeira parte do cérebro a deteriorar é a que controla a memória e a fala.
No estágio moderado os sintomas podem incluir também alucinações, comportamento obsessivo ou repetitivo, sono conturbado, incontinência urinária e fecal além de problemas com a linguagem e com a fala, o que pode fazer com que a pessoa se sinta frustrada e deprimida, provocando grandes oscilações de humor.
Já no estágio severo, o paciente apresenta sinais de confusão mental e desorientação, com alucinações mais intensas e frequentes. A pessoa pode achar que escutou ou viu coisas que não aconteceram e ficar agressiva com aqueles que a cercam, o que costuma causar grande sofrimento também para seus familiares.
Dificuldades com a deglutição, perda de apetite e de peso, diminuição da mobilidade e perda completa da memória são outros sintomas deste estágio. É nesse estágio que os cuidados em tempo integral se intensificam.
Diferenciar a perda de memória comum da doença de Alzheimer envolve atenção aos detalhes e compreensão das diferenças entre o envelhecimento natural e uma condição patológica.
O esquecimento ocasional é normal à medida que se envelhece, mas quando os esquecimentos começam a interferir na vida cotidiana, pode ser sinal de algo mais sério e deve ser investigado por um médico.
Entender os sintomas do Alzheimer é fundamental para que as pessoas afetadas recebam o cuidado e o tratamento de que precisam o mais cedo possível.
Fontes:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/alzheimer
http://www.nhs.uk/Conditions/Alzheimers-disease/Pages/Symptoms.aspx
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/doenca-de-Alzheimer/