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Incontinência urinária no puerpério é normal? Saiba aqui!

mulher segurado mão de bebe

Entre as inúmeras transformações que a maternidade causa na vida das mulheres, é comum que muitas passem a conviver também com os escapes de xixi. Eles podem ocorrer principalmente ao tossir, espirrar, rir ou fazer um esforço físico, sobretudo no último trimestre da gravidez e nos primeiros meses após o parto.  

Mas, afinal, será que a incontinência urinária no puerpério é normal? De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 40% das gestantes no Brasil convivem com algum grau de perda urinária, e esse sintoma pode se estender após o parto. A boa notícia é que, embora frequente, a condição tem tratamento e pode ser manejada. 

Incontinência urinária na gravidez e no pós-parto

De acordo com Maria Alice Lelis, doutora em Ciências da Saúde – Urologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e enfermeira consultora TENA, a incontinência urinária na gravidez e puerpério é comum, mas não é normal. “É um sinal de que o corpo está pedindo atenção e, por isso, procurar ajuda profissional é fundamental“, explica.  “Existem diversas abordagens de tratamento, desde mudanças de hábitos até exercícios para o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, que melhoram significativamente o quadro”, indica a especialista. 

O escape de urina pode aparecer sobretudo no último trimestre da gestação porque, conforme o útero cresce e aumenta de peso, ocorre a compressão da bexiga, resultando em maior pressão sobre a musculatura do assoalho pélvico. Ao mesmo tempo, a ação de hormônios que preparam o corpo para o parto, como a progesterona, também contribui para o enfraquecimento da musculatura pélvica. 

No pós-parto, a situação pode persistir ou até se intensificar. No caso do parto vaginal, o esforço e a passagem do bebê pelo canal vaginal podem causar estiramento dos músculos do assoalho pélvico. Mas mulheres que passaram por partos cesariana também apresentam escapes de xixi, já que a gravidez por si só já causa um grande impacto na musculatura pélvica.  

De todo modo, na maioria dos casos a incontinência urinária no puerpério é temporária e os sintomas tendem a diminuir com o tempo, conforme o corpo se recupera. 

Principais causas

As razões da incontinência urinária no puerpério estão diretamente relacionadas às intensas transformações do corpo feminino durante a gestação:

  • Enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico: essa é a causa mais comum. O assoalho pélvico é a rede de músculos e ligamentos que forma uma espécie de pavimento – por isso o nome “assoalho” – para sustentar os órgãos pélvicos, que na mulher são bexiga, útero e intestino. O peso da barriga durante a gravidez e o esforço do parto, podem esticar e enfraquecer essa região, facilitando os escapes de xixi. 
  • Alterações hormonais: após o nascimento do bebê, ocorre uma queda nos níveis de estrogênio, hormônio que contribui para a manutenção da saúde dos tecidos vaginais e urinários. Essa alteração hormonal pode favorecer a perda urinária. 
  • Idade materna: mulheres que engravidam mais tarde podem ter maior predisposição à incontinência, pois a musculatura pélvica tende a perder o tônus com a idade. 
  • Fatores genéticos e peso do bebê: a predisposição genética e o peso do bebê também podem influenciar, já que um bebê maior pode exercer mais pressão sobre o assoalho pélvico. 

Principais tratamentos e manejo da condição

A incontinência urinária no puerpério tem tratamento, e o primeiro passo é conversar com o ginecologista assim que aparecerem os primeiros escapes. Ele poderá avaliar a situação e, se for o caso, encaminhar a paciente para um profissional de saúde especialista na área.  

Os tratamentos variam de acordo com a causa e o grau de incontinência, mas a maioria deles é não-invasiva e muito eficaz:

  • Exercícios do assoalho pélvico: essa é a principal e mais recomendada forma de tratamento. Um profissional de saúde especializado pode ensinar exercícios específicos para fortalecer a musculatura do assoalho pélvico, como os famosos Exercícios de Kegel. Eles ajudam a tonificar os músculos, melhorando o controle da bexiga e reduzindo os episódios de escape de urina. Esses exercícios devem ser incorporados à rotina diária.   
  • Treinamento da bexiga: essa técnica envolve a criação de uma rotina para urinar. A ideia é espaçar gradualmente as idas ao banheiro, ajudando a bexiga a reter mais urina e a “reaprender” a funcionar corretamente. 
  • Mudanças no estilo de vida: pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença, como perder peso, evitar bebidas diuréticas (como café e álcool) e se alimentar bem para evitar a constipação (que também pressiona o assoalho pélvico). 
  • Uso de dispositivos e produtos: para o aumento da segurança e confiança no dia a dia, produtos absorventes específicos para incontinência urinária feminina podem ser de grande ajuda. Eles são desenvolvidos para absorver rapidamente a urina, neutralizar o odor e manter a pele seca e saudável. Um exemplo são as calcinhas descartáveis TENA Pants Mulher, novidade entre os produtos TENA, especialmente projetados com alta tecnologia de absorção de urina e controle de odor. Estas calcinhas absorventes são também indicadas para uso no sangramento pós-parto, que tem fluxo mais intenso nos primeiros dias e diminui gradativamente. Com a diminuição do volume e frequência dos escapes de urina, a mulher pode optar pelo uso dos absorventes da linha TENA Lady Discreet, disponíveis em diferentes tamanhos e níveis de absorção para atender às necessidades individuais. 
  • Tratamentos avançados: em casos mais severos, o médico pode indicar outras opções, como medicamentos ou até cirurgia. 

A incontinência urinária no puerpério não precisa ser um obstáculo para as mulheres desfrutarem o lado prazeroso da maternidade. Com orientação médica, tratamento adequado e produtos apropriados é possível viver essa jornada com amor, autocuidado, segurança e conforto.

Fontes: 

https://promatre.com.br/o-que-e-o-puerperio-como-lidar-com-mudancas-pos-parto/  

https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/como-lidar-com-a-incontinencia-urinaria-pos-parto/ 

https://drapriscilamatsuoka.com.br/incontinencia-urinaria-durante-a-gravidez/