A incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária de urina. Ela pode afetar tanto homens quanto mulheres, embora seja três vezes mais frequente no sexo feminino – diferença que diminui com a idade.
Muita gente tem pequenas perdas de xixi esporadicamente e não sabe que esses são, sim, episódios de incontinência urinária.
Neste artigo TENA, marca líder mundial em produtos para incontinência urinária adulta, traz as principais informações sobre essa condição que está presente, em menor ou maior volume e frequência, na vida de aproximadamente 12 milhões de pessoas no Brasil.
O que é e quais são os tipos de incontinência urinária?
Qualquer escape de xixi, por menor que seja, é caracterizado como incontinência urinária (IU). Ela pode ser de três tipos mais comuns: incontinência urinária por esforço (IUE), incontinência urinária por urgência (IUU) ou, ainda, incontinência urinária mista (IUM).
Além destas, um tipo menos comum é a incontinência por transbordamento, e há ainda a incontinência urinária transitória.
Incontinência urinária por esforço
Como o próprio nome indica, a incontinência urinária por esforço (IUE) pode ocorrer em consequência de algum esforço que pressione ou impacte o abdome.
Alguns exemplos desse esforço vão desde ações corriqueiras, como espirrar ou tossir, até a prática de exercícios de esforço e impacto, como levantar peso, correr e pular.
“Uma mulher com o assoalho pélvico menos fortalecido, ao fazer um esforço, tem maior risco de perder urina”, explica Maria Alice Lelis, doutora em Ciências da Saúde - Urologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), enfermeira consultora de TENA.
Incontinência urinária por urgência
É caracterizada por uma súbita vontade de urinar, muito difícil de controlar, seguida de escape de urina. Esse tipo de incontinência pode ocorrer também em pessoas com “bexiga hiperativa”.
Nesses casos, a vontade de urinar pode ser acompanhada por uma sensação de pressão na bexiga. Muitas vezes, como a vontade é súbita e intensa, pode ocasionar perdas de urina durante o trajeto até o banheiro.
Essa vontade é disparada por contrações involuntárias do músculo da bexiga (músculo detrusor) e pode ser desencadeada por fatores como o som de água corrente ou a simples sensação de enchimento da bexiga.
Diferentes fatores contribuem para a incontinência urinária por urgência, como danos nos nervos que controlam a bexiga, infecções urinárias ou até mesmo o uso de alguns medicamentos.
Além disso, o enfraquecimento do assoalho pélvico, também contribui para a perda urinária nestes casos.
Incontinência urinária mista
A incontinência urinária mista (IUM) engloba os dois tipos explicados anteriormente. Nela, ocorre uma combinação de perda de urina tanto durante atividades físicas quanto em momentos de urgência.
Muitas vezes, a incontinência de urgência é o fator dominante nesse quadro, e a incontinência de esforço pode ocorrer como uma manifestação adicional.
São diversas as razões que levam à incontinência urinária mista, desde a fragilidade dos músculos do assoalho pélvico, danos nos nervos que controlam a bexiga, alterações hormonais, que ocorrem especialmente na menopausa, até infecções urinárias, obesidade, tabagismo ou certas condições médicas, como diabetes e doenças neurológicas.
Incontinência Urinária por Transbordamento
São casos menos frequentes, caracterizados pela perda de urina por dificuldade de esvaziar a bexiga. Normalmente decorrem de traumas na medula espinhal ou do aumento da próstata.
Incontinência Urinária Transitória
Trata-se da perda temporária de urina, uma incontinência que não persiste. Ela pode ser causada pelo uso de determinados medicamentos ou por infecção urinária.
Embora a incontinência urinária transitória seja de curta duração, é essencial procurar orientação médica para identificar sua causa e receber o tratamento adequado.
Qual é a relação entre incontinência urinária e infecção urinária?
Isoladamente elas são condições diferentes, mas podem se relacionar em alguns casos.
A infecção urinária ocorre quando microrganismos infectam o trato urinário, podendo afetar a uretra, a bexiga, os ureteres e os rins.
Os sintomas mais comuns são dor ou ardência ao urinar, aumento da frequência urinária, urgência para urinar, sensação de bexiga cheia, urina com odor forte e presença de sangue na urina.
Apesar de a incontinência urinária não causar a infecção urinária, algumas condições associadas à incontinência podem aumentar o risco de infecções urinárias, como por exemplo:
Mas é importante ressaltar que nem toda pessoa com incontinência urinária desenvolverá uma infecção urinária, assim como nem toda infecção urinária está relacionada à incontinência urinária.
De qualquer forma, é essencial procurar atendimento médico em caso de suspeita de infecção urinária ou de infecções urinárias recorrentes, especialmente em pessoas com incontinência urinária, para receber diagnóstico e tratamento adequados.
Intensidade da Incontinência Urinária
A intensidade da incontinência urinária está relacionada ao volume de perda urinária associado à frequência com que ocorrem os episódios.
Conforme o volume de xixi perdido a cada vez, associado à frequência da perda de urina (esporádica, algumas vezes na semana, algumas vezes ao dia, várias vezes ao dia), a incontinência urinária é classificada como leve, moderada ou intensa.
As causas variam muito conforme o sexo, a faixa etária e a fase de vida. No entanto, os estudos apontam que a incontinência urinária é três vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens.
Para se ter uma ideia, uma em cada três mulheres a partir dos 40 anos pode ter algum tipo de IU – apesar dessa condição também estar presente na vida de mulheres aos 20 ou aos 30 anos, como veremos mais à frente.
Entretanto, essa diferença de um para três entre os gêneros vai sendo reduzida com a idade e, se aos 60 anos os casos de incontinência urinária em homens representam cerca de 25% do total, aos 80 já chegam a mais de 40%.
Fatores de risco para incontinência urinária em homens e em mulheres
Vamos começar explicando os fatores de risco que podem acometer tanto homens quanto mulheres, independentemente das particularidades biológicas e fisiológicas de cada um.
O tabagismo, doenças crônicas como Diabetes, a Doença de Parkinson , doenças neurológicas como Alzheimer e outras doenças ou condições que afetem a mobilidade e a cognição podem aumentar o risco de incontinência urinária em ambos os sexos.
No caso do sexo masculino, o principal fator de risco são as doenças da próstata.
Câncer de Próstata e Incontinência Urinária
A incontinência urinária masculina é uma condição que pode surgir, em alguns casos, como consequência da prostatectomia, que é a cirurgia para retirada total ou parcial da próstata, realizada em alguns casos no tratamento do câncer.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde (INCA), no Brasil o tumor de próstata é o segundo mais frequente nos homens, ficando atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. O INCA estima que em 2022 houve aproximadamente 66 mil novos casos da doença no país.
Gravidez, menopausa e Incontinência Urinária
Já os fatores de risco relacionados especificamente à fisiologia ou à anatomia femininas são gestação, ao parto e às alterações hormonais, que com o tempo podem causar o enfraquecimento do assoalho pélvico, rede de músculos e ligamentos que sustenta os órgãos da pelve (bexiga, útero e intestino, na mulher).
Na gravidez, por exemplo, o peso do útero sobrecarrega os músculos do assoalho pélvico e o crescimento progressivo do útero comprime a bexiga, fatores que podem contribuir para que ocorra a perda involuntária de urina.
Com o passar do tempo, assim como os músculos do braço vão enfraquecendo quando não são exercitados, a musculatura do assoalho pélvico também vai perdendo tônus. O histórico de gravidez e parto acrescenta impacto à rede de músculos que também é afetada pelos altos e baixos do climatério.
Tanto assim que, de acordo com pesquisa da Study Kitchen, mais de 40% das mulheres na menopausa apresentam algum grau de incontinência urinária.
Em linhas gerais, o tratamento da IU pode ser feito por meio de exercícios para o assoalho pélvico, com o uso de medicamentos ou por meio de procedimento cirúrgico, mas também podem envolver terapia comportamental e mudanças no estilo de vida.
Opções de tratamento variam de acordo com as causas da incontinência
O tratamento mais adequado depende da causa subjacente e das necessidades particulares de cada pessoa. Um especialista, como um médico urologista ou ginecologista, pode realizar uma avaliação completa e recomendar as melhores opções em cada situação.
Entretanto, pode-se afirmar em linhas gerais que a incontinência urinária por esforço é geralmente tratada por meio de exercícios de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, também conhecidos como exercícios de Kegel.
Outro método também utilizado é a estimulação elétrica, que usa estímulos leves para fortalecer a musculatura pélvica por meio de eletrodos vaginais ou sondas anais. Isso ajuda a fortalecer os músculos do assoalho pélvico e melhorar o controle da bexiga.
Para a incontinência de urgência, um tratamento também bastante utilizado é o treinamento da bexiga, que consiste em um agendamento regular das idas ao banheiro e na prática de técnicas de controle da musculatura da bexiga.
Além disso, medicamentos podem ser prescritos para diminuir a hiperatividade da bexiga, como os anticolinérgicos.
Para homens com incontinência devido à próstata aumentada, é comum que o médico indique medicamentos alfa-bloqueadores.
Hábitos alimentares
Alguns alimentos e bebidas são prejudiciais para pessoas que têm incontinência urinária de urgência ou bexiga hiperativa, e devem ser evitados por elas.
São os cítricos, os chás pretos, café, chocolate, condimentos, tomate, refrigerantes e bebidas alcoólicas.
Cirurgia como tratamento da incontinência urinária
Quando outras opções de tratamento não são eficazes, a cirurgia pode ser considerada. Existem diferentes procedimentos cirúrgicos disponíveis, dependendo do tipo e da causa da incontinência.
Alguns exemplos incluem a correção de tecidos enfraquecidos, a colocação de tela na região do assoalho pélvico e de slings uretrais, para dar suporte à uretra.
Existem variados produtos voltados aos mais diversos casos, conforme o tipo de incontinência urinária, a intensidade da perda e outras particularidades da pessoa que podem ser atendidas, levando a sensação de segurança e autoestima.
Fralda, roupa íntima descartável (ou Pants), absorvente ou protetor diário: entenda as diferenças
Os produtos para incontinência urinária mais conhecidos popularmente são as fraldas geriátricas. Elas são indicadas para pessoas com incontinência severa que estejam acamadas.
A roupa íntima descartável serve tanto para pessoas ativas quanto para aquelas com mobilidade reduzida, com incontinência urinária de moderada a severa.
Vestem como uma roupa íntima e são conhecidas também como calcinhas ou cuecas absorventes, calcinhas ou cuecas descartáveis ou, ainda, Pants.
Já os absorventes femininos e masculinos e protetores diários são indicados a quem vive uma rotina ativa, incluindo até a prática de exercícios físicos, com pequenas perdas, escapes ou gotejamentos de urina.
O absorvente menstrual serve para incontinência urinária?
Não. O absorvente menstrual não possui a tecnologia adequada para absorção da urina, o que permite vazamentos e possibilita mau odor.
Os produtos voltados especificamente para a incontinência urinária contam com materiais adequados à alta absorção da urina, como o SAP (Super polímero absorvente), material capaz de reter a urina para que ela não volte à superfície de contato com a pele.
Além disso, oferecem tecnologia antiodor, são confortáveis e se adaptam perfeitamente ao corpo.
Algumas dicas de produtos para o escape de xixi
Para as mulheres ativas, a dica são os absorventes e protetor diário da linha TENA Lady Discreet, que oferece produtos adequados às mais diversas intensidades de incontinência.
Mulheres que perdem poucas gotas ao longo do dia, ou esporadicamente, podem se beneficiar de produtos menores, como os protetores diários para incontinência urinária.
Já aquelas que perdem jatos de urina com maior intensidade devem escolher produtos com maior capacidade de absorção, como o absorvente Lady Discreet Normal, Gentil à pele , ou as roupas íntimas Pants Lady Discreet.
A marca TENA oferece também o absorvente masculino, projetado especialmente para a anatomia do homem.
Essas são apenas algumas dicas entre muitos produtos existentes que podem ser experimentados até que cada pessoa encontre o mais adequado para sua condição e para cada situação de sua rotina.
Um estudo da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul com pacientes adultos e idosos do Hospital Universitário de Dourados demonstrou que 56,2% dos internados com incontinência urinária apresentavam Dermatite Associada à Incontinência (DAI), a popular assadura.
A DAI é um processo inflamatório que pode atingir as nádegas, a parte interna das coxas, os genitais e a região mais baixa do abdômen e ocorre quando há contato prolongado da urina ou das fezes com a pele.
Além disso, a umidade resultante do contato prolongado da urina com a pele também pode aumentar o risco de Lesões por Pressão (LPP), conhecidas popularmente como escaras.
Uso de duas fraldas: uma grave recorrência
Desde muito tempo, criou-se o mito de que usar uma fralda dentro da outra, protege mais e por mais tempo.
Essa prática, bastante difundida devido às fraldas de baixa performance, é comum ainda hoje, e é realizada não apenas por familiares, mas também por profissionais da saúde dentro de algumas instituições, em uma tentativa de melhorar a absorção.
“Isso não tem nenhuma fundamentação”, explica Maria Alice Lelis. A cobertura da fralda que está em contato direto com o corpo, não permite a passagem de urina para a fralda externa.
Além disso, duas fraldas sobrepostas podem friccionar a pele e aumentar a temperatura local. A aparente intenção de conter vazamentos resulta em maior exposição da pele à umidade e, portanto, maior risco de lesões.
“Trata-se de uma prática muito popular e que precisa ser abolida, por ser extremamente prejudicial à saúde da pele”, pontua a especialista.
Cuidados adequados com a pele
Para uma correta higienização, em primeiro lugar, deve-se fazer a limpeza começando da frente para trás (no caso das mulheres) porque, assim, evita-se a contaminação da uretra (canal da urina) com bactérias fecais, o que pode causar infecção urinária.
O papel higiênico não é o melhor material para higiene da região. Existem hoje no mercado toalhas umedecidas específicas para a higienização íntima adulta, como as da linha TENA Dermacare , projetadas para manter a pele saudável, limpa e hidratada.
O passo seguinte é a escolha de produtos adequados para cada tipo de incontinência urinária, lembrando novamente que optar pelo absorvente menstrual ou pelo protetor diário comum, quando o caso é escape de xixi, é uma péssima ideia!
Produtos próprios para o cuidado com a pele
Destinado para homens e mulheres, os produtos da linha TENA Dermacare são feitos com material super absorvente e ultra macio e focados na saúde da pele.
Neles, o xixi é rapidamente espalhado e absorvido para garantir que não retorne à superfície de contato com a pele.
A camada exterior, com tecido macio e respirável, contribui para diminuir o calor local e manter um microclima ideal, prevenindo irritações.
Controle de odor e barreira antivazamento são diferenciais que garantem a confiança e segurança de usuários da roupa íntima TENA Dermacare Pants e da fralda TENA Dermacare Slip.
No caso das fraldas, há também o indicador de umidade, uma linha que muda de cor à medida que o produto fica saturado, indicando a necessidade de troca.
O sistema de fixação de fitas adesivas MultiFix permite seu ajuste ao corpo quantas vezes for preciso, sem danificar o material.
A atenção aos idosos com IU costuma observar aspectos de sua saúde física, relacionando poucas vezes as nuances emocionais envolvidas na questão.
Sobre isso, a psicóloga Marcia Chorro, sócia fundadora da APOIO Saúde e Bem-estar, menciona os tabus que cercam esse assunto, a começar pela forma como culturalmente a sociedade lida com a região genital.
Poder, controle, fragilidade e cuidados
Ainda na primeira infância, quando a criança começa a controlar os esfíncteres, passa a ter entendimento de sua capacidade de exercer o controle sobre o próprio corpo. “É uma sensação de poder”, explica a psicóloga.
Se a partir desse momento na infância compreende-se a capacidade de controle do próprio corpo, na idade madura, quando ocorre a perda desse controle, “é natural que a pessoa se sinta de alguma forma diminuída frente aos outros”, afirma.
Mesmo diante dos familiares e das pessoas mais próximas, o idoso se sente fragilizado, sobretudo porque o efeito da incontinência muitas vezes é externo.
Comentários como “que cheiro estranho” podem começar a surgir e, com eles, danos emocionais e isolamento social.
Como lidar com os desafios da incontinência urinária?
A psicóloga explica que toda e emoção é provocada por um estímulo externo, que é captado pelos órgãos dos sentidos e, após interpretado, vai disparar as emoções.
Isso deve ser levado em conta para que se prepare a pessoa idosa, oferecendo a ela o que estiver ao alcance para minimizar seu desconforto e fortalecer sua segurança e autoestima.
No caso da IU, sendo ela uma circunstância passageira ou não, o importante é que todos tenham acesso à informação de que hoje existem maneiras de se conviver com essa condição sem perder a qualidade de vida, o bem-estar e a sociabilidade.
“Quando o idoso descobre que existem produtos para incontinência, e que ele pode controlar o uso desses produtos, a escolha desses dispositivos, ele se torna mais presente e mais ativo no próprio cuidado” reflete Marcia Chorro.
O papel dos familiares e cuidadores
Tanto os familiares quanto os cuidadores de idosos têm um papel fundamental na tarefa de informar aos mais velhos sobre a viabilidade desses produtos.
Isso porque muitas vezes os idosos não têm o mesmo acesso à informação, então seus acompanhantes devem atuar como facilitadores no processo de informação e aceitação do idoso em relação ao uso de dispositivos que podem empoderá-lo a lidar com sua incontinência urinária.
É necessário reforçar que mesmo pequenos escapes de xixi se caracterizam como incontinência urinária e a tendência é que com o tempo, caso não seja tratada, a condição aumente em volume e frequência.
Por isso, procure um médico o quanto antes.
Qual especialista procurar para cuidar da incontinência urinária?
A especialidade mais adequada para buscar ajuda é de um urologista ou um ginecologista, dependendo do gênero e das queixas da pessoa.
Urologistas são especialistas no diagnóstico e tratamento de doenças do trato urinário de homens e mulheres, incluindo o tratamento da incontinência urinária.
Já os ginecologistas podem ser a melhor opção, sobretudo quando a incontinência urinária estiver ligada à gravidez, pós-parto ou outras questões ginecológicas.
Profissionais de saúde especializados na área, como fisioterapeutas, enfermeiros, educadores físicos podem orientam e supervisionar exercícios que fortalecem o assoalho pélvico, bem como estratégias para diminuir ou prevenir os escapes de urina.